sábado, 17 de setembro de 2011

1960: Campeão do Torneio de Paris

Para comemorar 75 anos de sua fundação, o Racing Club de France, de Paris, idealizou em 1957 o Torneio Internacional de Paris. Para abrilhantar a festa, foram convidados três times que representavam grandes forças no momento. Naquela primeira edição, o campeão carioca Vasco batia o então bicampeão (posteriormente penta) Real Madrid por 4x3.

O torneio virou tradição, e se tornou uma das referências de grandes torneios disputados na Europa nos ditos "Anos Dourados" e teve um total de 30 edições. Consistia sempre em um torneio disputado, normalmente após o fim da temporada europeia, no estádio Parc des Princes com a participação de quatro equipes, que disputavam um "mata-mata" para chegar ao título (apenas em 2010 foi um quadrangular em pontos corridos). As primeiras dez edições (1957 a 1966) foram organizadas pelo Racing; em 1973 a competição retornou, mas organizada desta vez pelo Paris FC; e de 1975 a 1993 seria realizado com apenas uma interrupção, e organizado pelo Paris Saint-Germain, que com dificuldades financeiras abandonou o torneio. Este acabou sendo disputado mais uma vez em 2010, coincidentemente para comemorar o aniversário do anfitrião, o Paris Saint-Germain, que completava 40 anos.

Em junho de 1960, graças ao bom retrospecto anterior, o Santos foi convidado para jogar a quarta edição do certame. A exemplo das edições anteriores (e posteriores), entre as forças europeias havia também um clube brasileiro. O Peixe, que vivia sua melhor fase e que seria campeão paulista naquele ano, acabou por pintar a França de branco e preto. Primeiro venceu inapelavelmente o Stade de Reims por 5x3. Na final, dois dias depois, contra o time anfitrião, aplicou uma goleada para se tornar campeão do Torneio de Paris pela primeira vez.

Os participantes daquela edição foram:
  • Racing Club de France (clube anfitrião)
  • CDNA Sofia (atual CSKA Sofia - campeão búlgaro nas 7 temporadas anteriores ao torneio)
  • Stade de Reims (campeão francês de 1960, vice-campeão europeu em 1956 e 1959)
  • Santos Futebol Clube (vice-campeão brasileiro de 1959, campeão do Rio-São Paulo no mesmo ano; campeão paulista em 1955, 56 e 58, vice em 57 e 59)

Confira os jogos da competição:

07/06/1960 Racing Paris 2 x 0 CDNA Sofia

07/06/1960  Santos 5 x 3 Stade de Reims
Local: Estádio Parc des Princes - Paris/França
Árbitro: De Villières
Gols santistas: Coutinho (3), Pelé e Pepe
Santos: Laércio; Calvet, Mauro, Formiga e Zé Carlos; Zito e Mengálvio (Ney); Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe (Tite). Técnico: Lula

Vídeo:

Decisão do 3º lugar


09/06/1960 Stade de Reims 1 x 1 CDNA Sofia

FINAL

RACING C.F. 1 x 4 SANTOS F.C.
Data: 9 de junho de 1960
Local:
 Estádio Parc des Princes - Paris/França
Juiz: Maurice Frederic Guigue
Gols: Pelé aos 22' do 1º tempo e aos 11' do 2º; Pepe aos 26', Ujlaki aos 33' e Coutinho aos 42' do 2º tempo.
Racing: Taillandier; Lelong, Herbin e Marche; Tibari e J.J. Marcel; Grillet, Toena, Ujlaki, Senae e Heutte.
Santos: 
Laércio; Calvet (Getúlio), Mauro e Zé Carlos; Formiga e Zito; Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe (Tite). Técnico: Lula

Vídeo:







Campanha do Santos:

sábado, 27 de agosto de 2011

1962: O Santos F.C. conquista o Mundo!

1962 foi um grande ano para o futebol brasileiro. O time que conquistara o título mundial na Suécia em 1958 era praticamente o mesmo para também repetir, no Chile, a conquista da Copa do Mundo. E não bastasse ter a melhor seleção nacional do mundo, o Brasil também teria naquele ano o melhor time do mundo que, como é de se imaginar, era uma das bases daquele selecionado inesquecível. O goleiro Gilmar, o zagueiro e capitão Mauro, Zito (que marcou um gol na final vencida por 3x1 diante da Tchecoslováquia), Pelé, Mengálvio, Coutinho e Pepe eram os atletas que conseguiriam o feito de alcançar o topo do mundo duas vezes num mesmo ano.
O ano do cinquentenário santista foi um dos mais especiais que um clube esportivo pode ter. Foi o ano em que o Santos Futebol Clube alcançou o máximo que um time de futebol pode alcançar: o título mundial. A temporada de 1962 representou um feito que até hoje nenhum clube brasileiro conseguiu igualar: só o Peixe conseguiu, num mesmo ano, ser campeão estadual, nacional, continental e mundial. O Peixe ganhou tudo o que disputou, e só não ganhou o Rio-São Paulo porque não disputou, pois dava show numa sequência de amistosos pela América do Sul no início do ano, se preparando para disputar - e vencer - a Copa Libertadores da América de 1962.

A época do futebol-arte vivenciava suas primeiras competições internacionais interclubes. No geral, o futebol só havia se desenvolvido na Europa e na América do Sul, continentes onde o futebol já se tornara profissional até os anos 30. Nos demais continentes, havia poucos campeonatos nacionais e clubes que não tinham nível para bater de frente com sul-americanos e europeus. A primeira competição continental a ser disputada com regularidade foi a Copa dos Campeões Europeus (hoje Liga dos Campeões da Europa), em 1955/56. Anos antes, o secretário geral da UEFA Henri Delaunay (falecido em 1954), que também fora dirigente da FIFA, pretendia repetir em âmbito clubístico o que já era feito pelas seleções nacionais: um campeonato mundial.
A ideia só se aplicou em 1960, quando se realizou a primeira edição do Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões, posteriormente rebatizada com o nome de seu troféu, a famosa Taça Libertadores da América. No final deste ano, os campeões sul-americano (Peñarol) e europeu (Real Madrid) se enfrentaram para decidir quem seria o primeiro time a ostentar a glória de ser o melhor do mundo, se saindo melhor o esquadrão espanhol que já havia sido pentacampeão europeu.
Vale a pena lembrar que as demais competições continentais se formaram mais tarde, e demoraram mais ainda para alcançar o nível de organização do eixo Europa/América do Sul: A CONCACAF (Américas do Norte, Central e Caribe) formou seu campeonato continental em 1962, mas só passou a organizá-lo com regularidade em 1967, tendo um "buraco" em 2001; na África, começou em 1964, mas só em 1966 a disputa foi rigorosamente anual; na Ásia, houve uma primeira edição em 1967, mas quatro anos depois a competição foi abandonada e só retornou pra ficar em 1986; na Oceania, onde até hoje o futebol é semi-profissional, houve uma primeira edição do certame continental em 1987, mas só se firmou na temporada 2004/05. É fácil deduzir que por muitos anos a presença de times destes continentes era insignificante para uma disputa a nível mundial (podemos até pensar nas primeiras Copas do Mundo, que tiveram a quase totalidade de seleções da Europa e das Américas), sendo que hoje este raciocínio já não se aplica mais, ainda mais com o recentíssimo exemplo do campeão africano Mazembe, que chegou à final do último Mundial, mas não fez frente à campeã Internazionale.
A disputa tinha o aval da FIFA, sendo substituída pelo modelo atual (com campeões de todos os seis continentes) apenas em 2005, portanto qualquer tentativa de negar a oficialidade da Copa Intercontinental (nome oficial do Miundial Interclubes) é infundada, assim como negar aos clubes campeões desta os títulos legítimos de campeões mundiais. Até 1979, a disputa do torneio se dava em jogos de ida-e-volta, até que no ano seguinte, com a entrada da Toyota como patrocinadora, o Mundial passou a ser em jogo único no Japão, até a extinção da fórmula bicontinental em 2004.


Voltemos agora a 1962. O fato é que, naquele momento, com fantásticas exibições em amistosos e torneios jogados na América Latina e Europa, o Santos vinha sendo considerado o melhor time do mundo, mas para provar esta fama, era necessário chegar ao cobiçado título mundial.

Na Europa, o português Sport Lisboa e Benfica conseguia quebrar a hegemonia do Real Madrid, que conquistou as cinco primeiras edições da Liga dos Campeões. Em 1961, o clube de Lisboa tinha o melhor plantel de sua história, e desbancou na decisão do campeonato europeu o F.C. Barcelona, o mesmo que acabara com o sonho do hexa do grande rival. Em 1962, o adversário era, enfim, o esquadrão do Real Madrid, à época comandado por Puskás e Di Stéfano, que tentava recuperar a hegemonia no Velho Mundo. Mesmo com três gols do lendário craque húngaro, o Benfica contava com seu artilheiro, Eusébio, o melhor jogador português de todos os tempos, que marcou dois tentos e comandou a vitória por 5x3 que valeu o bicampeonato ao fortíssimo quadro português, jogando em Amsterdã (Holanda). Vale lembrar que este time era a base da seleção de Portugal que terminou em 3º lugar na Copa de 1966, vencendo o Brasil inclusive, tendo o mesmo centroavante Eusébio se tornado artilheiro do certame.
Na América do Sul, um adversário que também vivia seu auge naquela época. Para chegar à disputa do Mundial Interclubes de 1962, o Santos Futebol Clube primeiro foi campeão paulista em 1960, para se classificar e vencer a Taça Brasil de 1961. Daí, a disputa pelo título continental se deu com outra quebra de hegemonia: clicando aqui você poderá ver como o Peixe superou o bicampeão Peñarol para conquistar a Copa Libertadores de 1962, vencendo a partida decisiva pelo placar de 3x0 em Buenos Aires.

Santos e Benfica já se conheciam: no ano anterior, na final do Torneio de Paris, o Peixe batia as Águias por 6x3, num jogo onde destacava-se a atuação do novato Eusébio, que entrou no 2º tempo, quando o Santos vencia por 5x0, e marcou 3 gols. Inclusive, para os europeus, o jovem moçambicano já era considerado um novo rei do futebol, pelas suas grandes atuações em pouco tempo de clube, somado ao fato de que Pelé havia se machucado na 1ª fase e ficou fora do restante da Copa do Mundo do Chile. Naqueles dois jogos, porém, provar-se-ia exatamente o contrário.

A disputa do Mundial Interclubes de 1962 se dava em dois jogos, sendo que quem somasse mais pontos seria o campeão. Em caso de empate em número de pontos, seria disputado um terceiro jogo, com a finalidade de desempatar a contenda.

O primeiro encontro entre os campeões europeu e sul-americano daquele ano se deu na noite de 19 de setembro de 1962, uma quarta-feira, no Maracanã. O Alvinegro não jogou um futebol muito inspirado, e venceu por 3x2 um jogo muito equilibrado, com Pelé (2 vezes) e Coutinho marcando para o time brasileiro, e Santana marcando os dois tentos portugueses.

Confira a ficha técnica e o raro vídeo com lances do jogo:

SANTOS F.C. 3 x 2 S.L. BENFICA
Data: 19 de setembro de 1962
Local: Maracanã - Rio de Janeiro/GB
Público: 86.047 pagantes - total de 94.129

Árbitro: Rubén Cabrera (Paraguai)
Gols: Pelé aos 31' do 1º tempo; Santana aos 8', Coutinho aos 19', Pelé aos 40' e Santana aos 43' do 2º tempo.
Santos: Gilmar; Lima, Mauro, Calvet e Dalmo; Zito e Mengálvio; Dorval, Pelé, Coutinho e Pepe. Técnico: Lula 

Benfica: José Rita; Ângelo, Raul, Humberto, Cavem e Cruz; Coluna e Santana; José Augusto, Eusébio e Simões. Técnico: Fernando Riera
Vídeo: 

Com este resultado, o empate era o suficiente para o Alvinegro Praiano. Porém, os portugueses acreditavam, embasados no que ocorrera no jogo de ida, certamente na partida de volta, no Estádio da Luz, em Lisboa, o Benfica alcançaria a desejada vitória. Em três semanas, poderia surgir um novo campeão. Para os benfiquistas, a virada era possível, prova disso é que já eram vendidos ingressos para o 3º jogo, que estava programado para ocorrer no mesmo Estádio da Luz. Não tinham ideia do que viria. O camisa 10 do Santos e do Brasil foi provar mais uma vez que é o Rei do Futebol: simplesmente teve uma atuação inacreditável, talvez a melhor de sua brilhante carreira. Não só ele, mas sim todo o time santista, protagonizou aquela que é tida como sua melhor exibição na história, e valendo a honraria de ser indiscutivelmente conhecido como o melhor time do mundo.

Às 22:00 (horário de Lisboa - 19:00 em São Paulo) de 11 de outubro, uma quinta-feira, iniciava-se o segundo confronto entre Santos e Benfica. Para se ter ideia do que aquele jogo significou para o futebol brasileiro, pela primeira vez o programa de rádio A Voz do Brasil teve seu horário adiado para que as emissoras pudessem transmitir a partida. Vale a pena lembrar que o rádio era o meio de comunicação mais popular à época.
Desde o início do jogo, ambos os times buscam o ataque e criam oportunidades de gol. Mas só aos 17 minutos é que sai o primeiro gol, e é do Santos. Pepe avança pela esquerda e chuta cruzado; a bola passa pelo goleiro Costa Pereira e Pelé, com puro oportunismo, desvia de carrinho a bola para o fundo das redes, abrindo a contagem no marcador do Estádio da Luz.
Ao Benfica, restava tentar a virada, e o quadro português vai pra cima do Peixe, criando mais chances de gol. Ao mesmo tempo que conseguia arrematar, também a defesa santista evitava que mais oportunidades de empate surgissem, assegurando a vantagem parcial. Determinado a garantir o título, o Santos também partiu ao ataque, e aos 26 minutos, Zito toca para Pelé, que Deixa Cavem no chão e passa por mais dois portugueses antes de soltar uma bomba no canto esquerdo do goleiro. Golaço!
O gol esfria os ânimos da torcida local e também o ímpeto do time da casa. Com isso, o Alvinegro domina o jogo até o final do primeiro tempo, e por pouco a vantagem no placar não acaba maior. Ao fim do primeiro tempo, os desolados torcedores portugueses fazem ainda questão de aplaudir o time santista, que vinha dando show. E nos 45 minutos decisivos, teria bem mais...
O segundo tempo começa e o Santos já parte pra liquidar a fatura: aos 3', Pelé recebe de Lima e escapa de dois defensores, e ainda dá uma meia-lua em Cruz, fazendo um cruzamento rasteiro na medida para Coutinho, que nem precisa sair do lugar e só tem trabalho de empurrar a bola para o gol. 3x0 numa belíssima jogada. O título mundial estava garantido.
Os locais ainda se encontravam dispostos a, quem sabe, reverter a situação. Inútil. Quando conseguem transpor a defesa santista, simplesmente não atingem o alvo. O jogo fica bonito de se ver, bastante aberto, e nos 90 minutos, jogadas violentas são rara exceção. Um exemplo de Fair Play marcara a decisão do Mundial de 1962, e além disso, as obras-primas de Pelé continuavam a ser produzida em gramados portugueses: a vítima da vez foi Coluna, que tomou na sequência, uma meia-lua e uma "caneta" do Rei, em mais uma jogada que precederia um golaço. Sim, depois do show de dribles, Pelé aparece em velocidade no lado esquerdo, deixando três portugueses para trás e desferindo um potente chute de esquerda. Costa Pereira espalma, mas Pelé, voando baixo, rebate a bola para a meta benfiquista, marcando um gol antológico, o terceiro tento dele no jogo.
Com o passar do tempo, o Santos domina a partida, mas o orgulhoso campeão europeu ainda luta. E o jovem ponta-esquerda Simões aparece como a esperança de seu time, levando a melhor quase sempre no mano-a-mano contra o veterano lateral-direito Olavo, 34 anos, e levando algum perigo ao gol da equipe brasileira.
O cronômetro marcava 31 minutos e o Santos toca a bola. Um zagueiro do Benfica desarma, e a bola sobra tranquilamente para Costa Pereira segurar. Porém, o arqueiro português escorregou na grama e não segurou a bola, que sobrou de graça para Pepe marcar, segundo ele, o gol mais feio de sua carreira. O campeão sul-americano já vencia por 5x0, fora o espetáculo. E ainda o Santos pressionava, buscando dilatar ainda mais a irreversível diferença no placar.
Porém, a luta e a vontade das Águias seria recompensada: nos minutos finais, Eusébio e Simões balançariam as redes de Gilmar, descontando a goleada, mas isto ainda seria insignificante diante da atuação histórica dos santistas, que após o apito final, pôde ter, definitivamente, o mundo a seus pés. Os europeus não tiveram escolha senão se curvar diante da realeza da bola, que se apresentou de maneira ímpar naquela histórica noite.

Confira a ficha técnica e o vídeo sobre o grande jogo:

S.L. BENFICA 2 x 5 SANTOS F.C.
Data: 11 de outubro de 1962
Local: Estádio da Luz - Lisboa (Portugal)
Público: cerca de 80.000

Árbitro: Pierre Schwinte (França)
Gols: Pelé aos 17' e aos 26' do 1º tempo; Coutinho aos 3', Pelé aos 19', Pepe aos 31', Eusébio aos 41' e Simões aos 44' do 2º tempo.
Benfica: Costa Pereira; Jacinto, Raul, Humberto, Cavem e Cruz; Coluna e Santana; José Augusto, Eusébio e Simões. Técnico: Fernando Riera
Santos: Gilmar; Olavo, Mauro, Calvet e Dalmo; Zito e Lima; Dorval, Pelé, Coutinho e Pepe. Técnico: Lula 
Vídeo: 


Este pode, com méritos, ser chamado de "time dos sonhos" do Santos Futebol Clube. Corresponde ao onze selecionado para o primeiro jogo da final do Mundial Interclubes de 1962, realizado no Maracanã.
Em pé: Lima, Zito, Dalmo, Calvet, Gilmar e Mauro. Agachados: Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.
No segundo jogo, Mengálvio não jogaria em virtude de lesão, entrando em seu lugar o lateral-direito Olavo, deslocando Lima para o meio-campo.

Estes dois troféus, que representam as conquistas das Copas Intercontinentais de 1962 e 1963 pelo Santos F.C., são também os dois primeiros títulos mundiais de clubes conquistados por times brasileiros.


Fontes:
Cunha, Odir. Donos da Terra: a história do primeiro título mundial do Santos. Realejo, Santos (2007)
http://pt.wikipedia.org/

quinta-feira, 14 de abril de 2011

99 anos de Santos F.C.

Em 14 de abril de 1912, uma reunião no Clube Concórdia, em Santos, definiu a criação de um clube para a prática do futebol na cidade. Dentre várias propostas de nomes para o clube, a ideia de Edmundo Jorge Araújo foi aceita com unanimidade: batizar o clube com o nome da cidade. Nascia o Santos Futebol Clube.

Nestes 99 anos, a agremiação conquistou seu espaço e se tornou uma das maiores do Brasil e do mundo. Veja abaixo alguns dos feitos realizados pelo Alvinegro da Vila Belmiro:

  • O Santos é simplesmente o recordista mundial em gols marcados em toda a história do futebol. Em 5.509 partidas disputadas até hoje, o melhor ataque de todos os tempos marcou 11.662 gols. É também, o clube que fez mais gols em um mesmo ano - 342 gols em 99 partidas em 1959.
  • Em 20 de janeiro de 1998, o Peixe se tornou o primeiro time do mundo a alcançar a marca de 10.000 gols marcados, no jogo Villa Nova (MG) 3 x 4 Santos, pela Copa do Brasil. O autor do gol histórico foi o meia Jorginho, hoje técnico da Portuguesa. Em 26/10/2005, o tento do centroavante Geílson fez o clube ser também o primeiro time a romper a marca de 11.000 gols, no jogo Vasco 1 x 3 Santos, pelo Brasileirão.
  • No Campeonato Paulista de 1927, o Alvinegro passou a ser o primeiro time sul-americano a atingir a marca de 100 gols numa mesma competição. O famoso "ataque dos 100 gols" também é a campanha com maior média de gols em um Campeonato Paulista, sendo marcados naquela oportunidade 100 gols em apenas 16 jogos: média de 6,25 gols por jogo.
  • Em 2004, o Santos se tornou o time que mais marcou gols em uma mesma edição do Campeonato Brasileiro; os campeões chegaram ao recorde de 103 gols em 46 jogos. Em 2010, o time virou recordista em número de gols marcados numa mesma edição da Copa do Brasil. Novamente numa campanha vitoriosa, o Peixe balançou as redes 39 vezes em 11 jogos.
  •  Em 1958, mais um recordes santista: a equipe alvinegra é o campeão paulista com mais gols marcados em uma edição do certame, com 143 gols em 38 jogos. 
  • Em 1959, o Peixe chegou a uma marca imbatível: é o time que mais marcou gols em uma edição do Campeonato Paulista, com 155 gols em 41 jogos. Porém, o campeão daquele ano foi o Palmeiras.
  • Outra marca imbatível é de Pelé, que com 58 gols, é o atleta que mais marcou gols em uma mesma edição do Campeonato Paulista. O Santos, aliás, é o celeiro dos matadores do Paulistão: além do recorde citado, o 2º, 3º, e 4º lugares também ficam com o Rei, que marcou respectivamente 49 gols em 1965, 47 gols em 1961 e 44 gols em 1959. O 5º lugar é do também santista Feitiço, que marcou 39 gols em 1931.
  • o Santos é o único time a conquistar títulos das esferas estadual, nacional, continental e mundial numa mesma temporada - em 1962.
  • Em 1930, após a Copa do Mundo do Uruguai, a seleção da França passou pelo Brasil durante o longo caminho de volta, de navio. Pararam no Porto de Santos e enfrentaram um time local. Foi o primeiro jogo do Santos contra uma seleção nacional, e os franceses foram recebidos com um sonoro 6x1, que os fez acreditar que tinham enfrentado a própria Seleção Brasileira!
  • O Santos é o único clube brasileiro cujo 2º maior artilheiro supera o goleador número um de oito grandes equipes do futebol nacional – Pepe com 405 gols. Além disso, o 3º maior artilheiro do Santos, Coutinho, marcou pelo Alvinegro 370 gols, mais que os maiores artilheiros do Trio de Ferro (Cláudio marcou 306 pelo Corinthians, Heitor fez 284 pelo Palmeiras e Serginho Chulapa balançou as redes 242 vezes pelo São Paulo).
  • Em 1965, o Santos tinha um dos elencos mais brilhantes da história do futebol. Na disputa pelo título do Torneio Pentagonal de Buenos Aires, o hoje idolatrado e badalado Real Madrid já não tinha mais a base do timaço que, dentre tantos títulos, foi campeão do mundo de 1960. E o adversário dos merengues era o esquadrão santista. Com medo de ser humilhado, o Real Madrid desistiu de encarar o Santos, que acabou campeão.
  • As conquistas de 1962 e 1963 tornaram o Santos o primeiro time a ser bicampeão do mundo. Até hoje, somente três clubes conseguiram um bicampeonato mundial: Internazionale, em 1964-65, Milan em 1989-90 e São Paulo em 1992-93.
  • O Santos F.C. é o único time brasileiro que jogou em todos os continentes. Só não jogou na Antártida pois lá não existe estádio de futebol.
  • O Peixe é o único time brasileiro a conquistar 9 títulos oficiais consecutivos, a saber: campeão paulista e brasileiro em 1961, campeão paulista, brasileiro, da Libertadores e mundial em 1962, campeão do Rio-São Paulo, campeão da Libertadores e do Mundial em 1963. A sequência foi quebrada quando o Palmeiras levou o Paulistão no final de 1963, dias antes do Santos se sagrar tricampeão brasileiro.
  • O Santos é o time que conquistou mais títulos paulistas numa mesma década: de 1960 a 1969, foram 8 conquistas. Além disso, o clube ostenta a marca de incriveis 11 títulos em 15 disputas entre 1955 e 1969.
  • O clube ostenta o recorde de 23 títulos oficiais na mesma década
  • Com 34 títulos, o Santos é, ao lado do São Paulo, o time brasileiro mais laureado internacionalmente. Em conquistas oficiais, só o SPFC está à nossa frente, com 11 títulos deles contra 7 nossos.
  • Ao lado de Palmeiras e Corinthians, o Santos é o maior campeão do maior torneio interestadual do país, o Torneio Rio-São Paulo, com 5 títulos.
  • Ao lado do Palmeiras, o Santos é o time que mais vezes foi campeão brasileiro. Além disso, ostenta o recorde de mais conquistas consecutivas do Campeonato Nacional: um pentacampeonato entre 1961 e 1965. Estes títulos também conferem o Santos o feito de ser o primeiro pentacampeão brasileiro.
  • O Santos é o o clube com o maior número de artilheiros do Campeonato Paulista. Os jogadores santistas foram os maiores goleadores da competição 21 vezes, 10 consecutivas entre 1957 e 1966 (Pelé de 1957 a 1965 e Toninho Guerreiro em 1966), outro recorde.
  • O Santos é o clube que teve mais vezes um mesmo jogador artilheiro de um mesmo campeonato oficial - Pelé foi artilheiro do Campeonato Paulista em 11 oportunidades.
  • Mauro, em 1962, e Carlos Alberto Torres, em 1970: Em dois dos cinco títulos mundiais do Brasil, quem levantou a Copa do Mundo foi um jogador do Santos.
  • O Santos é dono da melhor campanha em excursão contínua em território nacional – foi de novembro de 1946 a fevereiro de 1947 no Norte e Nordeste do Brasil, com 12 vitórias e 3 empates.
  • O Santos é o primeiro e único clube brasileiro a ter 21 jogadores a ultrapassar a marca dos 100 gols.
  • O Santos é o clube que mais público atraiu jogando como mandante, porém fora de sua sede, contra uma equipe estrangeira – 132.728 pessoas em 1963 contra o Milan, da Itália, no Maracanã. Este foi, também, o maior público no Maracanã em um jogo que não envolvia um time carioca ou a seleção brasileira.
  • É o único clube das Américas que viu seu time feminino conquistar um campeonato continental
  • O Santos é o clube que teve o maior número de artilheiros em competições organizadas pela CBD/CBF: 11 (10 pelo Brasileiro e 1 pela Copa do Brasil)
  • Vestiu a sua camisa ninguém mais que o melhor jogador de futebol de todos os tempos, o Atleta do Século: Pelé, que esteve no clube desde o início de sua carreira profissional e permaneceu por 18 anos, entre 1956 e 1974. Além de ser o jogador profissional com mais gols na carreira, torna o Santos o único clube no mundo que tem um jogador que marcou mais de 1.000 gols defendendo suas cores: foram 1.091 gols em 1.115 partidas. E também o único que tem dois jogadores que marcaram mais de 400 gols (Pepe, o 2º maior artilheiro, marcou 405).
  • O Santos é o único time do mundo que foi capaz de paralisar uma guerra. Em 1969, as conquistas e fama do Santos eram tão grandes que, numa excursão à África, as forças armadas de Kinshasa e Brazzaville, no Congo, suspenderam a guerra para que as duas cidades pudessem assistir aos jogos do time. No período em que o Santos esteve por lá, nenhum tiro foi disparado. Após as partidas e as homenagens, a delegação santista foi escoltada ao aeroporto, e após deixar o país, a guerra recomeçou. Este fato fez lembrar o sonho do Barão Pierre de Coubertin ao fazer renascer os Jogos Olímpicos no século XX, pois era costume na Grécia Antiga a decretação de um armistício quando da realização dos jogos olímpicos da época.

Enfim, 99 anos banhados de glórias. Parabéns, Santos!!!

E que venha hoje um presente para a nação santista: uma vitória hoje contra o Cerro Porteño, pela Libertadores.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Santos_Futebol_Clube

    sexta-feira, 1 de abril de 2011

    01/04/2008: Santos 7 x 0 San José (BOL)

    O dia é da mentira, mas a goleada é de verdade!

    Há exatos 3 anos, acontecia nossa disputa mais recente pela Taça Libertadores da América. Não havíamos começado tão bem, após empatar por 0x0 com o Cúcuta (fora), vencer no sufoco o Chivas Guadalajara por 1x0 na Vila e depois perder por 2x1 para o San José na altitude de 3.700 m de Oruro, na Bolívia.
    Mas no segundo turno da fase de grupos, e jogando em casa, o Santos reagiu e se vingou com estilo do time boliviano. O clube do coração do presidente Evo Morales mostrou que só jogava com o fator ambiental a seu favor e não ofereceu resistência. Por outro lado, o meia Mauricio Molina fez sua melhor partida com a camisa do Peixe e marcou 4 gols, sendo importantíssimo para construir a maior goleada da Libertadores 2008, vencida pela LDU. Foi também a segunda maior goleada de um time brasileiro na história da Copa Libertadores, atrás apenas de outra vitória santista na Vila Belmiro, por 9x1 sobre o Cerro Porteño em 1962.



    Com show de Molina, Santos faz 7 e encosta no líder
    O Santos contou com a boa atuação e quatro gols marcados pelo meia colombiano Molina para aplicar a maior goleada da edição deste ano da Libertadores da América. A equipe bateu os bolivianos do San José por 7 a 0 na noite de hoje, na Vila Belmiro, e se aproximou da primeira posição do Grupo 6 da competição continental.
    Com a vitória, a segunda no torneio, os comandados do técnico Emerson Leão superaram a recente eliminação do Campeonato Paulista e foram aos sete pontos no grupo, permanecendo um atrás do Cúcuta Deportivo, da Colômbia, que segue na ponta.
    Ao mesmo tempo em que se aproximou da vaga nas oitavas-de-final da Libertadores, o Santos bateu um dos seus principais rivais à próxima fase. Com a derrota, os bolivianos permanecem na terceira posição, com quatro pontos, à frente apenas dos mexicanos do Chivas Guadalajara, que têm um a menos.
    Atuando diante de um adversário que não apresentou resistência em momento algum da partida, o time da Baixada criou chances de abrir o placar já nos primeiros minutos. Aos 7min, Wesley dominou sozinho dentro da área, mas finalizou mal, por cima da meta boliviana.
    Porém, a equipe alvinegra não demorou para balançar as redes. Dez minutos depois da chance desperdiçada, o zagueiro Domingos aproveitou bom cruzamento do lateral Kléber e subiu sozinho para cabecear contra a meta do goleiro Vaca.
    Empurrado pelo público presente na Vila Belmiro, o Santos partiu para cima e começou a construir a goleada cinco minutos depois com o meia Molina. O colombiano dominou na entrada da área, tirou da marcação e finalizou com a perna esquerda.
    Com liberdade para criar e sem ter o gol de Fábio Costa ameaçado, os donos da casa encontravam muita facilidade e ampliaram aos 32min. Após cruzamento de Wesley, a zaga boliviana se atrapalhou para afastar e devolveu nos pés de Molina. O meia bateu colocado com a perna esquerda e estufou as redes novamente.
    No minuto seguinte, a situação do San José se complicou ainda mais, quando perdeu o zagueiro Palacios. O jogador do San José cometeu dura falta em Kléber e acabou expulso pelo árbitro uruguaio Líber Prudente, deixando seu time com um a menos.
    Na volta do intervalo, o time de Leão não diminuiu o ritmo e continuou pressionando os adversários. Aos 18min, em nova assistência de Kléber, Molina completou cruzamento de primeira e acertou o ângulo dos bolivianos, sem chance de defesa para o goleiro Vaca.
    Após as entradas de Tiago Luís, Fabão e Quiñonez, nas vagas de Wesley, Denis e Rodrigo Tabata, a equipe da casa passou a ameaçar os bolivianos com menos frequência e só voltou a balançar as redes aos 34min, quando o artilheiro Kléber Pereira, em posição de impedimento, escorou cobrança de falta pela esquerda e anotou o quinto dos santistas.
    Dois minutos depois, o equatoriano Quiñonez aproveitou a oportunidade de Leão e deixou o seu gol, o primeiro com a camisa do Santos. O atacante tabelou com Kléber, que teve participação direta em quatro gols, e chutou forte da esquerda.
    Antes do apito final, aos 41min, ainda deu tempo de Molina deixar mais um nas redes adversárias. O meia foi acionado no setor direito do ataque santista, cortou a marcação para o meio e finalizou cruzado, com a perna esquerda, anotando o seu quinto gol na competição. Com a boa atuação, o colombiano passa a ser o artilheiro da Libertadores, ao lado dos cruzeirenses Marcelo Moreno e Ramires.
    Na próxima quarta-feira, o Santos volta a entrar em campo no torneio continental contra o Chivas, na cidade mexicana de Guadalajara. Um dia antes, o San José tenta a recuperação em casa diante do líder Cúcuta, em Oruro.
                                                                                                                                        
    Molina foi o nome do jogo ao balançar as redes 4 vezes na goleada santista

    (Retirado de: http://esportes.terra.com.br/futebol/libertadores2008/interna/0,,OI2722742-EI10786,00.html - 01/04/2008)


    Confira a ficha técnica e dois vídeos com os gols do jogo. O primeiro mostra uma reportagem do dia seguinte e o segundo mostra os gols muito bem filmados direto da arquibancada do Estádio Urbano Caldeira:

    SANTOS F.C. (Brasil) 7 x 0 C.D. SAN JOSÉ (Bolívia)
    Local: Estádio Urbano Caldeira (Vila Belmiro), em Santos (SP)
    Data: 1° de abril de 2008, terça-feira
    Horário: 20h30 (de Brasília)
    Árbitro: Líber Prudente (Uruguai)
    Assistentes: Pablo Fandiño e Mauricio Espinoza (ambos do Uruguai)
    Público: 8.340 pagantes
    Cartões amarelos: Kléber Pereira (Santos-BRA); Sandro Coelho e Alex da Rosa (San José-BOL)
    Cartão vermelho: Palacios (San José-BOL)
    Gols: Domingos aos 17' e Molina aos 22' e 32' do 1º tempo; Molina aos 18', Kléber Pereira aos 34', Quiñónez aos 36', e Molina aos 41' do 2º tempo.
    Santos: Fábio Costa; Denis (Fabão), Betão, Domingos e Kléber; Marcinho Guerreiro, Rodrigo Souto, Rodrigo Tabata (Quiñónez) e Molina; Wesley (Tiago Luís) e Kléber Pereira. Técnico: Emerson Leão
    San José: Vaca; Parada, García, Palacios, De Castro e Alvarenga; Rivera, Coelho, Peña (Saucedo) e Cerutti (Morejón); Alex da Rosa (Palavicini). Técnico: Marcos Ferrufino
    (Fonte: http://fichadojogo.wordpress.com/2008/05/28/2ª-fase-grupo-6/)


    sábado, 5 de fevereiro de 2011

    15/01/2011: Um dia alvinegro

    O 15º dia deste ano foi, sem dúvidas, santástico. O Alvinegro fez barba, cabelo e bigode neste sábado de sol.

    Os juniores fizeram mais na primeira fase do mata-mata, contra o América/RN, do que nos três jogos da fase de grupos da Copa São Paulo. Venceu por 5x0 e se classificou às oitavas-de-final.

    O time feminino, comandado pela "penta melhor do mundo" Marta, conseguiu, de virada, vencer o bom time do Foz Cataratas e conquistou o Torneio Internacional Interclubes, sob o sol escaldante de Araraquara, que desafiaria a resistência física de qualquer ser humano. De fato, todas as jogadoras que estiveram em campo na decisão são grandes guerreiras, mas foram as Sereias da Vila que se saíram melhor. Confira os lances do jogão:


    Para completar, o dia 15/01 também marcou o início do Campeonato Paulista. Os campeões das séries A-2 e A-1 de 2010, Linense e Santos, se enfrentaram em Lins. Mesmo sem alguns jogadores que certamente estariam entre os titulares, o Peixe goleou por 4x1, com direito a defesa de pênalti de Rafael. O time mantém a doce rotina de 2010. Confira os gols:


    Segue a ficha técnica da vitória do Santos na 1ª rodada do Paulistão 2011 (fonte: http://globoesporte.globo.com/jogo/paulista-serie-a-2011/15-01-2011/linense-santos.html):